terça-feira, 28 de setembro de 2010

UM PAR DE SANDÁLIAS USADAS


No dia 13 de agosto de 1727, Deus derramou um profundo avivamento sobre um grupo de checos refugiados, na Saxônia, atual Alemanha, chamado de Morávios. Com o Conde Nikolaus Zinzendorf (retrato) à frente daquela comunidade que vivia no vilarejo de Hernhut, nasceu ali uma obra missionária sem precedentes desde os primeiros séculos. Dali, saíram centenas de crentes apaixonados por Jesus. Foram enviados para a Espanha, Itália, África do Sul, São Tomé e Príncipe e até para o Brasil, além de tantas outras regioes. Impactaram sociedades, plantaram igrejas e certamente fizeram muito mais do que a história conseguiu registrar.

Já no fim desse movimento missionário, Zinzendorf se sentiu desafiado a enviar um missionário para alcançar os esquimós no Alasca. Ele relatou que certa noite sonhou com Jesus, e que nesse sonho o Senhor o instruía a enviar o oleiro. O oleiro era um homem de meia-idade, crente no Senhor Jesus, mas de personalidade pacata e que não demonstrava capacidade de liderança até então.

Zinzendorf o chamou e lhe expôs seu sonho e sua preocupação com os esquimós. Antes que o oleiro se manifestasse, o conde acrescentou que, se aquele desafio fosse aceito por ele, infelizmente ele não poderia contar com uma equipe para acompanhá-lo, pois não dispunha de outros missionários. Não haveria também meios de sustentá-lo financeiramente, pois tinha usado todos os recursos para o sustento de outros obreiros. Por fim, cria que talvez nem voltasse, já que o Alasca no século XVIII certamente era uma das regiões mais isoladas e inacessíveis do planeta. Em outras palavras, ele deveria ir só, sem sustento e sem a garantia de voltar. Sem dúvida, esse foi um convite missionário desprovido de atrativos.

Aquele oleiro permaneceu em oração por dois minutos e, por fim, levantou o rosto e respondeu: “Se o senhor conseguir me dar um par de sandálias usadas, amanhã cedo eu partirei”. O conde lhe deu as sandálias.

A história não relata, mas aquele homem certamente não possuía calçados.

No outro dia, Zinzendorf foi à casa dele procurá-lo. Mas chegou tarde, o oleiro já havia partido logo bem cedo, para jamais voltar.

Hoje, de todos os esquimós da Terra, mais de 50% são convertidos ao Senhor Jesus. Isso porque um homem, do qual nem sequer sabemos o nome, pediu apenas um par de sandálias usadas para seguir a Jesus e espalhar o evangelho até o distante Alasca.

domingo, 26 de setembro de 2010

A influência da igreja na sociedade e a estratégia evangelística




Precisamos mudar a estratégia evangelística. Precisamos aprender com Jesus.
Durante anos aprendemos que a missão da igreja e do crente é ganhar almas pra Jesus. Afinal, Jesus veio para salvar o que se havia perdido (Lucas 19.10).
E a estratégia que muitas igrejas usam quando o assunto é evangelismo é promover eventos evangelísticos, geralmente “louvorzões gospel”, ações sociais (que poderiam ser ampliadas), ou simplesmente, sair pelas ruas distribuindo folhetos e falando do Amor de Jesus aos passantes.
Tal estratégia funciona, mas ainda é deficiente. Demanda tempo e recursos o que, muitas vezes, não dispomos.
Quando temos uma missão/projeto, para aplicá-lo, traçamos estratégias e utilizamos métodos para alcançar resultados.

O cenário

Agora, sejamos sinceros: analisando os resultados dos nossos esforços em ganhar almas, será que nossas estratégias e métodos têm sido eficientes?

Se você disser que sim, respeito sua opinião, mas embora o IBGE tenha divulgado recentemente que o número de evangélicos tem crescido absurdamente e que a tendência é que até 2020 esse número chegue a 50% da população brasileira, crescimento numérico não é sinônimo de crescimento qualitativo. Exemplo disso é que nunca as igrejas estiveram tão cheias, mas tão pouco influentes socialmente. Nunca se ouviu falar de tantas escândalos no meio evangélico como hoje, logo, crescimento quantitativo nem sempre significa influência social.
E, se temos que imitar Jesus, temos que admitir que temos falhado! Jesus não só transformou e influenciou a sociedade na qual estava inserido, como dividiu a história da humanidade e seus feitos, sua vida, suas palavras têm voz até hoje. E por quê? Porque Jesus tinha credibilidade, algo que o Evangelho no Brasil vem perdendo. E por que Jesus tinha credibilidade? Porque liderava pelo exemplo.
A vida de Jesus não era só discursiva, era de prática. E enquanto os crentes do Brasil não pararem de viver essa espiritualidade ignorante, não vai adiantar crescermos em número. Conversão pressupõe mudança de vida, de postura, de comportamento, e não de religião. Jesus não era religioso!
Agora, se sua resposta foi não, precisamos pensar. Onde temos errado? Vamos à Palavra!
Mateus 9
10. E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos.
11. E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
12. Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes.
13. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.
Passamos muito tempo tentando ganhar a alma da pessoa pra Jesus. Penso que devemos ganhar a pessoa da alma para nós.
Precisamos cativá-la. Conquistar seu respeito e confiança. E depois de ganhá-la para nós, ganhá-la pra Jesus será mais fácil. É mais fácil evangelizar um amigo do que um estranho. Precisamos fazer novas amizades. Abrir o leque de nossas relações. Estar separado do mundo não no sentido geográfico, relacional, mas dos princípios e valores do mundo.
WallflowerMas o que acontece hoje? O crente se dissocializou. Não anda com quem é “do mundo” (como se existisse algum E.T.). Não joga bola com quem é “do mundo”. Não vai ao rodízio de pizza com os amigos “do mundo”. Separou-se geograficamente. Tornou-se alguém chato, antipático, repelente.
Ninguém gosta de se sentir desconfortável diante de alguém. Muito menos pressionado a ouvir aquilo que não quer.
Nós certamente não gostaríamos que um budista, espírita, muçulmano, judeu pregasse pra nós o tempo todo, tentando nos converter à sua religião. Então por que fazermos o mesmo?
Não estou dizendo que não devemos pregar o evangelho. Aliás, pregar o evangelho é a proposta do post, só que com os métodos de Jesus. Quem vive Jesus não precisa falar o tempo todo.

O Evangelho segundo Jesus.

Paulo disse que somos uma carta, e se de fato vivemos Jesus, eles lêem. Precisamos respeitar o espaço do outro. O mesmo direito que temos de não querermos ser “evangelizados pelo budismo”, por exemplo, eles também têm. Mais do que espiritual é uma questão de bom senso, de respeito.
Jesus era sensato. Não era invasivo. Sabia o quê e quando falar. Jesus era simples. Precisamos imitá-lo:
  • Quando esteve diante de uma prostituta, não perdeu tempo dando lição de moral ou se comportando “com santidade” de maneira a expor sua vida pecaminosa. Jesus não era contaminado pela roupagem social. Ele via além da aparência. Ele enxergava o ser humano por trás do rótulo.
  • Quando com fome, comia na casa de pecadores. Jesus se relacionava mais com os ditos “do mundo” que com os religiosos. (Mt. 9. 10-13)
  • Quando estava em Jericó não se hospedou num hotel 5 estrelas, não quis dormir na casa de nenhum sumo sacerdote. Jesus foi dormir na casa de alguém excluído da sociedade. Jesus se hospedou na casa de Zaqueu, um político corrupto.
Jesus foi um verdadeiro mestre do relacionamento. Durante toda sua vida e ministério, se preocupava em amar e demonstrar misericórdia aos homens. Agora, se olharmos pra igreja evangélica, principalmente no Brasil, vemos um povo que está sempre pronto a julgar e tardio em se compadecer.
Precisamos entender que o objetivo do evangelismo não é só conduzir a alma da pessoa ao céu. Mas é proporcionar à pessoa, pela Palavra, um modus vivendi digno, uma vida abundante. (João 10.10)
Porque o céu é garantia para aqueles que confessaram e aceitaram Jesus como único e suficiente Salvador. Mas enquanto a realidade do céu não chega, temos a realidade do Rio de Janeiro pra viver e não dá mais para fecharmos os olhos diante do caos social que temos vivido.
O que vejo com freqüência são igrejas deformando pessoas, ou melhor, formando pessoas alienadas. Porque usam a Palavra somente para pregar céu e inferno, de modo que, os crentes sabem muito mais sobre fatos acontecidos há milhares de anos do que o que acontece hoje à sua volta. Estou exagerando? Acho que não.
Se as igrejas preparassem os crentes não só para as batalhas espirituais e falassem um pouco mais da sociedade atual, ao invés de massas de gente em vigílias e “showzinhos gospel” pelo Brasil a fora, veríamos a igreja assumir um papel de relevância social considerável e pastores e crentes voltariam a ter credibilidade diante de Deus e dos homens.
Porque se o Evangelho alcançou nossas vidas tendo começado somente com doze homens, imagina o que não alcançaria, enquanto influência social, se um quarto dos crentes do Brasil tivessem a metade da qualidade deles?
Penso que o segredo é ser discípulo de Cristo e não um mero freqüentador de igreja, membro de uma instituição dita evangélica.
  • O discipulado precisa ser realidade na vida do evangelista.
  • O mundo não precisa ouvir uma fé discursiva, teórica.
  • O mundo precisa ver a fé que age; a fé que trabalha e, pelo trabalho, impacta a sociedade.
Enquanto não alcançarmos esse entendimento, o crescimento quantitativo continuará sendo proporcional aos escândalos que desmoralizam e descredibilizam o evangelho.
A paz!
Até a próxima.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Combater a Teologia Líquida



Perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma. Jr 6.16

Esta animação de 53 segundos nos leva a uma rápida reflexão sobre o “tempo líquido”. Ou seja, como diz o autor, Felipe Barros, quantidade e velocidade com a qual recebemos informação atualmente não nos permite guardar nossas memórias. Estamos agindo de forma bastante leviana com o que é relevante, seja ligado a nossas origens, ou assuntos relativos a nossa sociedade. As memórias se perdem e as novas informações não são devidamente assimiladas. -- Nossas memórias precisam ser cuidadas. Sejam as ligadas as nossas origens pessoais, ou a história da humanidade. Fatos e pessoas importantes estão sendo esquecidos cada vez mais. Muita velocidade e informação, mas nenhum tempo para guardar. O tempo e as lembranças desbotam e escorrem como líquido de nossas vidas. (comentário do Overmundo).

O tempo parece escorrer pelas mãos. E a teologia e a história da igreja não escapam dessa corrosão contemporânea de uma sociedade líquida. Entenda-se sociedade líquida como algo que se transforma velozmente e que não permite a estabilização de modelos ou tradições. Estamos vivendo um mundo que ultrapassou o conceito de pós-moderno e é algo indefinido e fluido. 

“Vivemos o tempo do conecta e desconecta”, como disse Bauman -- professor emérito das universidades de Leeds e de Varsóvia, 83 anos, autor de best-sellers como "O mal-estar da pós-modernidade", "Modernidade líquida" e "Amor líquido", o sociólogo polonês Zigmunt Bauman é um ferrenho analista das consequências sociais do que conhecemos como progresso. (ver).

“Vivemos um tempo em que estamos constantemente correndo atrás. O que ninguém sabe é correndo atrás de quê.” (Bauman). Fragmentação, descarte, não há tempo para refletir, meditar, estudar, orar, adorar, tudo é tão rápido e sem profundidade! Não há sólidas crenças em verdades absolutas! Como ser conservador, tradicional ou ortodoxo se a teologia flui, amolda-se aos estilos? Alguém no passado já nos ofereceu uma resposta: “Se mil crenças antigas fossem aniquiladas em nossa marcha em direção à verdade, ainda assim deveríamos continuar marchando”. (Stopford A. Brooke).

Tudo o que está nas Escrituras e na História da Igreja foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança e não venhamos a repetir determinados erros.

Romanos 15:4 Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.

Provérbios 22:28 Não removas os marcos antigos que puseram teus pais.

Jeremias 6:16 Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos.

Uma Igreja forte não será erguida sem um bom conhecimento da história do cristianismo, pois conhecemos a Igreja através da Bíblia e da história da igreja. Graças a Deus pelos “arquivos e pastas” que Ele preservou para a igreja. A história das doutrinas cristãs, seu desenvolvimento, seus erros e acertos! Imaginem uma igreja sem memória dos marcos antigos! Esforcemos-nos para preservar e entregar a doutrina que os apóstolos receberam! Alguém já disse: “Aquele que propaga uma grande verdade no mundo serve à sua geração”. Sirvamos a nossa geração e também as futuras! O que deixaremos e entregaremos para os nossos filhos?


1 Coríntios 15:3 Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras.

1 Coríntios 11:2 De fato, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei.



Fonte: http://frasesprotestantes.blogspot.com



Os mártires e a teologia da prosperidade

Qual o Valor da sua fé
O impiedoso Galério com o seu grande prefeito Asclepíades invadiu a cidade de Antioquia no intuito de, pela força das armas, fazer todos os cristãos renunciar radicalmente à sua pura religião. Naquele dia os cristãos encontravam-se reunidos, e um certo Romano foi correndo anunciar-lhes que os lobos estavam por perto querendo devorar o rebanho cristão. — Mas não tenham medo — disse ele — nem deixem que esse iminente perigo os perturbe, meus irmãos. — Aconteceu então que, pela grande graça de Deus atuando em Romano, velhos e matronas, pais e mães, mancebos e donzelas, mostraram todos a mesma vontade e decisão, estando mais do que dispostos a derramar o próprio sangue em defesa da fé que professavam.
. . Chegou ao prefeito a notícia de que um pelotão de soldados armados não conseguiu arrancar o báculo da fé das mãos da congregação de cristãos, e tudo porque Romano os instigou com tal veemência que eles não hesitaram em oferecer a própria garganta, desejando morrer gloriosamente pelo nome de Cristo. — Encontrem o rebelde — disse o prefeito — tragam-no à minha presença para que ele responda por toda a seita. — Ele foi apreendido e, amarrado como uma ovelha conduzida ao matadouro, foi apresentado ao imperador, que, fixando-o com semblante irado, disse: — Como! És tu o autor da revolta? És tu a causa de tantos perderem a própria vida? Juro pelos deuses que tu hás de pagar caro por isso. Primeiro, na tua carne sofrerás as dores para as quais animaste o coração dos teus colegas.
. . Respondeu Romano: — A tua sentença, ó prefeito, eu a recebo com alegria. Não me recuso a ser sacrificado pelos meus irmãos, por mais cruéis que sejam os meios que tu possas inventar. No que se refere ao fato de que os teus soldados foram repelidos pela congregação cristã, isso apenas aconteceu porque era inadmissível que idólatras e adoradores de demônios entrassem na casa de Deus e poluíssem o lugar da verdadeira oração.
. . Então Asclepíades, absolutamente furioso com essa intrépida resposta, ordenou que Albano fosse amarrado com os braços presos ao corpo e depois eviscerado. Os próprios carrascos, que tinham um coração mais piedoso que o do prefeito, intercederam: — Não pode ser, senhor. Este homem é de uma família nobre. É ilegal submeter um nobre a morte tão ignóbil. — Respondeu o prefeito: — Que seja então flagelado com açoites com pontas de chumbo. — Em vez de lágrimas, suspiros e gemidos, ouviu-se a voz de Albano cantando salmos durante todo o tempo da flagelação, pedindo aos algozes que não o poupassem pela sua nobreza. — Não é o sangue dos meus progenitores — dizia ele — mas sim a profissão de fé cristã que me faz nobre. — As salutares palavras do mártir eram como óleo para o fogo da fúria do prefeito. Quanto mais o mártir falava, mais enlouquecido ele ficava, a ponto de ordenar que as ilhargas do mártir fossem perfuradas a faca até aparecer o branco dos ossos.
. . Quando Romano pela segunda vez pregou o Deus vivente, o Senhor Jesus Cristo, Seu Filho bem-amado, e a vida eterna por meio da fé no Seu sangue, Asclepíades ordenou aos carrascos que lhe esmurrassem a boca até que seus dentes fossem arrancados e sua pronúncia acabasse também afetada. A ordem foi cumprida: ele foi esmurrado, suas sobrancelhas foram rasgadas a unha e suas faces perfuradas a faca; a pele da barba foi pouco a pouco arrancada; finalmente, seu belo rosto estava todo deformado. Disse o dócil mártir: — Eu lhe agradeço, ó prefeito, por ter aberto em mim muitas bocas, com as quais posso pregar a Cristo, meu Senhor e Salvador. Veja cada ferida que eu tenho é uma boca louvando e cantando a Deus.
. . O prefeito, assombrado com essa singular constância, ordenou que suspendessem as torturas. Ameaçou o nobre mártir com o fogo cruel, insultou-o e blasfemou a Deus dizendo: — O teu Cristo crucificado não é mais que um Deus de ontem. Os deuses dos gentios são de extrema antigüidade.
. . Nesse ponto Romano, aproveitando a ocasião, fez um longo discurso sobre a eternidade de Cristo, sua natureza humana, e sobre a sua morte e expiação pela humanidade. Em seguida, disse ele: — Dê-me, ó prefeito, uma criança de apenas sete anos, idade isenta de malícia de outros vícios com os quais a idade mais madura geralmente está infectada, e o senhor ouvirá o que ela tem a dizer. — Seu pedido foi aceito.
. . Dentre a multidão chamou-se um menininho que foi colocado diante do mártir. — Dize-me, filhinho — disse ele — se tu achas que há razão para que adoremos a um só Cristo, e em Cristo a um só Pai, ou então para que adoremos a muitos deuses. Ao que o menininho respondeu: — Certamente Aquele que os homens afirmam ser Deus (seja o que for), deve ser um só; e o que lhe é próprio é único. Porque Cristo é único, Cristo é necessariamente o verdadeiro Deus, pois nós crianças não podemos acreditar que existam muitos deuses.
. . A essa altura o prefeito, tomado de puro espanto, disse: — Tu, jovem vilão e traidor, onde e de quem aprendeste essa lição?
. . — De minha mãe — disse a criança. — Com seu leite suguei a lição de que devo crer em Cristo. Chamou-se a mãe, e ela de bom grado se apresentou. O prefeito ordenou que a criança fosse pendurada e açoitada. Os condoídos espectadores desse ato impiedoso não conseguiam controlar as lágrimas. Apenas a mãe, exultante e feliz, a tudo assistia com as faces secas. Na verdade, ela repreendeu o seu doce filhinho por implorar um gole de água fria. Disse-lhe para ter sede da taça da qual outrora beberam os infantes de Belém, deixando de lado o leite e as papinhas de suas mães. Ela o encorajou a lembrar-se do pequeno Isaque que, vendo a espada com a qual seria abatido e o altar sobre o qual seria queimado em sacrifício, de boa mente apresentou o tenro pescoço ao golpe da espada do seu pai. Enquanto era dado esse conselho, o sanguinário algoz arrancou o couro do alto da cabeça do menino, com cabelo e tudo. Gritou então a mãe: — Agüenta, filhinho! Logo tu verás Aquele que te enfeitará a cabeça nua com uma coroa de glória eterna. — A mãe consola, a criança sente-se consolada; a mãe anima, o menininho sente-se animado e recebe os açoites com um sorriso no rosto.
. . O prefeito, percebendo que a criança era invencível e sentindo-se derrotado, mandou o abençoado menininho para a fétida masmorra e deu ordens para que as torturas de Romano, principal autor destas maldades, fossem repetidas e intensificadas.
. . Assim, Romano foi trazido outra vez para novos açoites, devendo os castigos ser renovados e aplicados sobre as suas velhas feridas. O tirano já não agüentava mais; era necessário apressar a sentença de morte. — É penoso para ti — disse ele — continuar vivo por tanto tempo? Não tenhas dúvida de que uma flamejante fogueira será em breve preparada. Nela tu e aquele menino, teu companheiro de rebelião, sereis consumidos e transformados em cinza. — Romano e o menininho foram conduzidos para a execução. Ao chegarem ao local escolhido, os carrascos arrancaram o filho da sua mãe, que o tomara nos braços. A mãe, limitando-se a beijá-lo entregou a criancinha. — Adeus! — disse ela — Adeus, meu doce filhinho. Quando tiveres entrado no reino de Cristo, lá no teu abençoado estado lembra-te da tua mãe. — E enquanto o carrasco aplicava a espada ao pescoço da criancinha, ela cantou assim:

Todo louvor do coração e da voz
Nós te rendemos Senhor.
Neste dia em que a morte deste santo
Recebes com muito amor.
. . Tendo sido cortada a cabeça do inocente, a mãe a envolveu em seu vestido e a segurou no colo. Do lado oposto, uma grande fogueira foi acesa na qual Romano foi atirado. No mesmo instante desabou uma grande tempestade. Finalmente o prefeito, sentindo-se confuso diante da força e coragem do mártir, deu ordens rigorosas para que ele fosse reconduzido à prisão, onde deveria ser estrangulado.[1]



. . Depois de ler uma história como esta, de mártires que desprezaram sua própria vida por amor a Cristo, de uma mãe alegre ao ver seu filho ser honrado com as marcas de Cristo, você ainda consegue pregar o evangelho que você prega?
. . Você ainda consegue pregar um evangelho de paz, felicidade e sucesso terrenos?
. . Você consegue afirmar que eles não tiveram fé o suficiente para decretar dias melhores?
. . Você consegue viver esse mesmo cristianismo que você diz viver?



A porta é estreita;
O caminho, apertado;
O chão, coberto de sangue;
Tire seus calçados; o lugar que você pisa é santo.



[1] Extraído de O Livro dos Mártires

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

EM VISITA À ITÁLIA, KADAFI DIZ QUE ISLÃ DEVERIA SER A 'RELIGIÃO DA EUROPA

Líder líbio tenta converter centenas de mulheres na Itália

 Grupo de 200 mulheres chega para um encontro com o líder da Líbia, Muammar Kadafi, em Roma. Foto: Reuters

 Grupo de 200 mulheres chega para um encontro com o líder da Líbia, Muammar Kadafi, em Roma

29 de agosto de 2010

ROMA, 29 AGO (ANSA) - O líder líbio Muammar Kadafi, que chegou hoje à Itália para comemorar junto ao premier Silvio Berlusconi o segundo aniversário da assinatura do Tratado de Amizade, Associação e Cooperação entre os dois países, declarou que o Islã "deveria se converter na religião da Europa". 
    
O chefe de Estado do país africano fez a afirmação a centenas de jovens mulheres selecionadas por uma agência de casting com as quais se encontrou em Roma, na Academia Líbia na Itália, recomendando que elas aderissem à religião e dizendo que "Maomé é o último dos profetas", segundo testemunhos das participantes. 
    
Kadafi teria ligado a hipótese de uma Europa islâmica ao ingresso da Turquia na União Europeia, e enfatizado a amizade entre seu país e a Itália, o que teria sido reiterado várias vezes. Uma das garotas presentes disse que algumas delas questionaram o líder político sobre religião, e outras fizeram perguntas "de fundo jornalístico". 
    
"Foi muito pacato e tranquilo e nos deu uma cópia do Alcorão", relatou outra italiana, dizendo que no grupo havia meninas "convertidas"."Foi muito gentil. Nos falou do Alcorão e me deu uma ótima impressão, como sempre", reportou uma jovem. 
    
As moças teriam recebido 70 euros para participar do encontro, o que foi negado por uma delas. Em novembro de 2009, em uma ação semelhante na Itália, as garotas que participaram de uma noite de gala durante a qual Kadafi lhes deu "lições do Alcorão" receberam 50 euros. 
    
O líder líbio desembarcou em Roma no aeroporto de Ciampino às 13h15 (8h15 no horário de Brasília), e foi recebido pelo chanceler Franco Frattini e pelo embaixador de seu país em Roma, Abdulhafed Gaddur. 
    
A agenda da visita oficial de dois dias está definida parcialmente, e inclui encontros econômicos que versarão sobre a presença de empresas italianas em obras de infraestrutura na Líbia, a participação da Autoridade Líbia de Investimentos (Lia) no banco italiano Unicredit, e as ações que o político possui na Juventus, entre outros negócios.

Foto: Reuters

sábado, 11 de setembro de 2010

Apelo do papa ao crescimento de evangélicos no Brasil


Como poderão notar observei alguns pontos neste comunicado que estão divididos em paragrafos:

1º A tentativa de invocar uma suposta preeminência sobre o território nacional algo equivocado sobre a visão bíblica como vemos neste vercículo: Colosenses 1.9 ao 18
Seria muito bom se fosse verdade pois está mesma que reclama nada mais focava do que seu império e não o Reino de Deus.

2º E triste observar que os olhos de milhões ainda estão cerrados e não atentam para as palavras deste documento:
a) valores da fé católica: então o catolicismo e superior aos ensinamentos de Cristo e de Paulo? Colosenses 2. 6,7
b) observem pois o que o maligno quer aprisionar.Gálatas 5.1. Proclamemos a liberdade em Cristo. Lucas 4.19
c) está crescente influencia não e nova mas a mesma de 9 de Fevereiro de 1558 na ilha de Villegaignon onde aconteceu a não tão famosa tragédia da Guanabara.

3º Observe que alguém que não está comprometido com o crescimento e fortalecimento do corpo de Cristo, já nos mostra o temor das nossas armas que e o comprometimento com a obra e amor a mesma. E vivamos o evangelho de Cristo Mateus 28.19,20 e João 15.16 . Está e a arma ! Mateus 10.34 e Hebreus 4. 12
A esta espiritualidade inata referida nada mais e do que a busca do ser humano ao seu Criador, embora nesta nação "ainda" tão pouca trabalhada se espalhe tantos misticismos e crenças. Que logo serão desmascaradas a luz das escrituras sagradas.

4º e 5º Ao ler estes paragrafo me lembro de uma frase  o inimigo se levanta somente para cair de novo. Provérbios 24.16 mas atente para o 17.

6º Sim devemos ser um em Cristo, e não em heresias, ideologias humanas que todos sabemos são falhas, por isso a unidade tem que ser na palavra pois ela e eterna e imutável, sendo balizadora dos nossos comportamentos e vida individual e coletiva. Realmente alguns que se auto intitulam seguidores de Cristo não tem seus atos de acordo com o que pregam e outros deturpam a verdade para proveito próprio. 1ª Timóteo 6.5 Judas 1.11

7º Gloria a Deus porque nos evangelicos temos a outros que mesmo em opinião doutrinaria ou eclesiastica como irmãos sendo de uma mesma familia Espiritual a de Cristo Jesus.

8º Se você não pode com ele junte-se a ele! lembre-se do Salmo 1.1


Vamos ao dito Apelo  

Papa preocupado com avanço dos evangélico faz apelo ao bispo de Itabuna

Há mais de cinco séculos, justamente na vossa região, se celebrava a primeira Missa no Brasiltornando realmente presente o Corpo e o Sangue de Cristo para a santificação dos homens e das mulheres desta bendita nação que nasceu sob os auspícios da Santa Cruz. Era a primeira vez que o Evangelho de Cristo vinha a ser proclamado a este povo, iluminando a sua vida diária. Esta ação evangelizadora da Igreja Católica foi e continua sendo fundamental na constituição da identidade do povo brasileiro caracterizada pela convivência harmônica entre pessoas vindas de diferentes regiões e culturas.


Porém, ainda que os valores da 
fé católica tenham moldado o coração e o espírito brasileiroshoje se observa uma crescente influência de novos elementos na sociedade, que há algumas décadas eram-lhe praticamente alheios. Isso provoca um consistente abandono de muitos católicos da vida eclesial ou mesmo da Igreja, enquanto no panorama religioso do Brasil, se assiste à rápida expansão de comunidades evangélicas e neo-pentecostais.



Em certo sentido, as razões que estão na raiz do êxito destes grupos são um sinal da difundida sede de Deus entre o vosso povo.
 É também um indício de uma evangelização, a nível pessoal, às vezes superficial; de fato, os batizados não suficientemente evangelizados são facilmente influenciáveis, pois possuem uma fé fragilizada e muitas vezes baseada num devocionismo ingênuo, embora, como disse, conservem uma religiosidade inata.

4º 
Diante deste quadro emerge, por um lado, a clara necessidade que a Igreja católica no Brasil se empenhe numa nova evangelização que não poupe esforços na busca de católicos afastados bem como daquelas pessoas que pouco ou nada conhecem sobre a 
mensagem evangélica  nota do editor(epá os evangelicos não eram uma ameaça), conduzindo-os a um encontro pessoal com Jesus Cristo, vivo e operante na sua Igreja.

Por outro lado, com o crescimento de novos grupos que se dizem seguidores de Cristo, ainda que divididos em diversas comunidades e confissões, faz-se mais imperioso, da parte dos pastores católicos, o compromisso de estabelecer pontes de contato através de um sadio diálogo ecumênico na verdade.

Tal esforço é necessário, antes de qualquer coisa, porque a divisão entre os cristãos está em contraste com a vontade do Senhor de que «todos sejam um» (Jo 17,21). Além disso, a falta de unidade é causa de escândalo que acaba por minar a credibilidade da mensagem cristã proclamada na sociedade. E hoje, a sua proclamação é talvez ainda mais necessária do que há alguns anos atrás, pois, como bem demonstram os vossos relatórios, mesmo nas pequenas cidades do interior do Brasil, observa-se uma crescente influência negativa do relativismo intelectual e moral na vida das pessoas 

Não são poucos os obstáculos que a busca da unidade dos cristãos tem por diante. Primeiramente, deve-se rejeitar uma visão errônea do ecumenismo, que induz a um certo indiferentismo(indiferença) doutrinal que procura nivelar, num irenismo acrítico (copiar sem critica), todas as "opiniões" numa espécie de relativismo eclesiológico( como se fosse tudo igual).

8 º
Paralelamente a isto está o desafio da multiplicação incessante de novos grupos cristãos, alguns deles fazendo uso de um proselitismo agressivo (empenho em cumprir ao ide), o que mostra como a paisagem do ecumenismo seja ainda muito diferenciada e confusa. Em tal contexto - como afirmei em 2007, na Catedral da Sé em São Paulo, no inesquecível Por essa razão, vos incentivo a prosseguir dando passos positivos nesta direção, como é o caso do diálogo com as igrejas e comunidades eclesiais pertencentes ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, que com iniciativas como a Campanha da Fraternidade Ecumênica ajudam a promover os valores do Evangelho na sociedade brasileira.

Prezados irmãos, o diálogo entre os cristãos é um imperativo do tempo presente e uma opção irreversível da Igreja. Entretanto, como lembra o Concílio Vaticano II, o coração de todos os esforços em prol da unidade há de ser a oração, a conversão e a santificação da vida (cf. Unitatis redintegratio, 8). É o Senhor quem doa a unidade, esta não é uma criação dos homens; aos pastores lhes corresponde a obediência à vontade do Senhor, promovendo iniciativas concretas, livres de qualquer reducionismo conformista, mas realizadas com sinceridade e realismo, com paciência e perseverança que brotam da fé na ação providencial do Espírito Santo. (está e uma verdade Numeros 23.26)

10º
Queridos e venerados irmãos, procurei evidenciar brevemente neste nosso encontro alguns aspectos do grande desafio do ecumenismo confiado à vossa solicitude apostólica. Ao despedir-me de vós, reafirmo uma vez mais a minha estima e a certeza das minhas orações por todos vós e pelas vossas dioceses. De modo particular, quero aqui renovar a expressão da minha solidariedade paterna aos fiéis da diocese de Barreiras, recentemente privados da guia do seu primeiro e zeloso pastor Dom Ricardo José Weberberger, que partiu para a casa do Pai, meta dos passos de todos nós. Que repouse em paz! Invocando a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, concedo a cada um de vós, aos sacerdotes, aos religiosos, às religiosas, aos seminaristas, aos catequistas e a todo povo a vós confiado uma afetuosa Bênção Apostólica”.